domingo, 19 de fevereiro de 2017

Velloso recusa convite de Temer para ser ministro da justiça: questão de ética


Nunca antes na história deste País um governo recebeu um não tão vexatório; em nota oficial, Carlos Velloso, que foi ministro do Supremo Tribunal Federal e também advogado do senador Aécio Neves (PSDB-MG), disse ter negado o convite para assumir o Ministério da Justiça (na última sexta-feira 17/02) em razão de "compromissos éticos"; com praticamente todo o governo delatado pela Odebrecht, Temer, que foi citado 43 vezes apenas numa das delações, foi também ameaçado pelo ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-MG), que ameaçou envolvê-lo no esquema de propinas da Caixa Econômica Federal; em meio a uma das maiores crises penitenciárias e de Segurança Pública do País, o Brasil não tem ministro da Justiça.


Veja a nota de Carlos Velloso a imprensa:
"Comunicado à imprensa
Comuniquei, hoje, ao Sr. Presidente da República, a impossibilidade de aceitar o seu convite para ocupar o honroso cargo de Ministro de Estado da Justiça. Não obstante meu desejo pessoal de contribuir com o país, neste momento tão delicado, compromissos de natureza profissional e, sobretudo, éticos, levam-me a adotar esta decisão. É que acredito no adágio “pacta sunt servanda” (o contrato é lei entre os contratantes), pilar do princípio da segurança jurídica.
Continuarei à disposição do Presidente Temer, amigo de cerca de 40 anos, para auxiliá-lo de outra forma, na missão que o destino conferiu ao consagrado constitucionalista de recolocar o Brasil nos trilhos do desenvolvimento econômico, com justiça social. 51 anos de serviço público e, dentre estes, 40 de magistratura, deixam-me seguro de que dei a minha cota de serviço à causa pública.
Brasília, DF, 17 de fevereiro de 2017."

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